Embora o alho seja um condimento ancestral, o alho negro (ou alho maturado) apareceu apenas no final da década de 1990 com o impulso do professor japonês Jin-Ichi Sasaki.
Apesar do seu nome e aspeto, não difere em termos botânicos do alho comum (Allium sativum); constitui simplesmente uma versão “envelhecida”. Na verdade, as cabeças de alho branco são sujeitas a uma fermentação controlada em local fechado, onde são submetidas a um calor suave (entre 60 e 90 °C) e a uma forte humidade (na ordem dos 70 a 90%).
Após 2 a 5 semanas, os dentes saem confitados, suaves e envoltos numa capa cor de carvão que lembra o abrunho seco. Esta metamorfose resulta de um vasto conjunto de transformações bioquímicas (1).
Rapidamente adotado pelos grandes chefs de cozinha, este condimento atípico seduz pelo seu sabor umami (também conhecido como “o 5º sabor”), que evoca o balsâmico e o alcaçuz. O picante? Perde-o na totalidade, o que o torna mais fácil de digerir. Este facto é explicado pela redução drástica no seu teor de alicina (a molécula que desnatura tanto o hálito…) durante o processo de envelhecimento (2).
Para além da esfera gastronómica, o alho maturado fascina a comunidade científica. O processo de maturação gera, na realidade, a formação de novos compostos virtuosos que se juntam aos benefícios do alho branco, já solidamente comprovados. Examinemos as suas especificidades.
Dispondo já de propriedades antioxidantes notáveis, o alho branco enriquece consideravelmente o seu perfil nutricional ao fermentar.
Vários estudos salientaram, em particular, uma subida significativa dos níveis de polifenóis, de compostos fenólicos (3 a 4 vezes superiores) e de flavonóides (2 e 8 vezes superiores) nos dentes de alho negro, comparativamente ao alho fresco (3-5).
O alho envelhecido distingue-se, nomeadamente, por uma concentração recorde de S-alil cisteína, um composto organossulfurado que explicaria uma grande parte dos seus benefícios para a saúde (6-7); embora esteja presente no alho cru, encontra-se em proporções 3 a 6 vezes mais elevadas na sua versão maturada!
A transformação em alho negro conduz paralelamente ao surgimento de moléculas que não existem no alho fresco e são notavelmente potentes: o hidroximetilfurfural (HMF) e as melanoidinas (8-9). São elas que provocam o escurecimento do alho.
Tal como o alho fresco, o alho negro contribui para a saúde cardíaca, vascular e venosa (10).
Foram realizados vários estudos, nomeadamente com indivíduos que sofrem de hipertensão arterial. Após algumas semanas de consumo de alho envelhecido, verificou-se a modulação de vários parâmetros-chave, tais como a rigidez arterial, a tensão arterial sistólica ou a velocidade das ondas de impulsos (11).
De notar que estudos em animais exploram a interação do alho negro com o sistema renina-angiotensina, que desempenha um papel fulcral na regulação das funções cardiovascular e renal (12).
Por outro lado, o alho envelhecido parece interferir também na agregação das plaquetas, um fenómeno envolvido na formação de coágulos sanguíneos (13).
Um protetor das nossas artérias? Quer seja negro ou branco, o alho contribui para manter um índice normal de lípidos sanguíneos e, por conseguinte, para manter um índice de colesterol normal (14). Pela respetiva riqueza em fitonutrientes, a versão fermentada poderia marcar pontos.
A título de exemplo, um estudo realizado em pessoas com uma hipercolesterolemia ligeira evidenciou um reequilíbrio do perfil lipídico após a toma de um suplemento de minerais e vitaminas enriquecido com um extrato de alho negro. Os índices de lipoproteínas de alta densidade (o “colesterol bom”) e de apolipoproteína B (que transporta as formas de “colesterol mau”) apresentaram variações significativas (15).
Se é verdade que afugenta os vampiros, o alho funciona também como tampão natural para o organismo; contribui para a saúde de imunidade e para proteger contra as bactérias.
Muito recentemente, um grupo de investigadores interessou-se pelos efeitos do alho negro em determinados marcadores inflamatórios e imunitários, como o fator de necrose tumoral sérico alfa (TNF-α) ou a interleucina-6 (IL-6), nos sujeitos obesos e em ratos diabéticos (16-17). Estes resultados abrem perspetivas novas a este condimento com recursos ainda desconhecidos.
Como é óbvio, pode integrar o alho maturado nos seus preparos com a finalidade de condimento, evitando cuidadosamente aquecê-lo – para preservar os seus preciosos nutrientes. No entanto, para beneficiar dele numa forma mais concentrada, pondere optar por um suplemento de alho negro.
Não sabe qual escolher? Examine atentamente os teores de princípios ativos, como a S-alil cisteína ou as melanoidinas, ambas sinónimo de eficácia ideal (o suplemento Organic ABG10+®, por exemplo, assenta num extrato de alho negro bio com uma dose de 0,1% de S-alil cisteína, um valor recorde nos dias que correm, e exerce uma atividade antioxidante 10 vezes superior, em média, à dos suplementos de alho negro disponíveis no mercado, pela sua riqueza em melanoidinas).
Sofre de um desequilíbrio específico? Existem outros compostos naturais que podem agir em sinergia com o seu extrato de alho negro.
Para os problemas da tensão arterial, a conjugação do potássio (que contribui para manter uma tensão arterial normal) e do pilriteiro (que contribui para uma função cardiovascular normal) constitui uma excelente opção (18-19). Determinados suplementos apostam, por isso, nesta combinação de choque (a fórmula inovadora Tensix reúne potássio, pilriteiro e outros ingredientes naturais de eleição, como as sementes de aipo ou os péptidos de peixe).
A pantetina, um derivado específico da vitamina B5, é objeto de estudos promissores no campo do metabolismo lipídico (disponível no suplemento patenteado Panthetine, fruto de várias décadas de investigação) (20).
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