Natural Rapalogs
"mTOR" ou mammalian target of rapamycin (alvo da rapamicina nos mamíferos) designa uma enzima da família das proteínas quinases serina/treonina codificadas pelo gene mTOR. Encontra-se no ser humano, mas também nos vermes, nos ratinhos, nas moscas e nas leveduras. Trata-se de um regulador celular que permite crescimento, proliferação, mobilidade e sobrevida.
¤ Parece que a força motriz do envelhecimento é a senescência celular que diz respeito à interrupção da replicação celular, mas também às vias de sinalização mTOR, que propiciam “demasiado crescimento”. Se conseguirmos inibir as vias de sinalização mTOR, aumentamos o tempo de vida dos vermes, das moscas, das leveduras e até dos ratinhos – se acrescentarmos a restrição calórica.
¤ A rapamicina é uma molécula produzida naturalmente pela bactéria filamentosa Streptomyces hygroscopicus, descoberta na ilha de Páscoa em 1975. Também conhecida por Sirolimus, trata-se de um medicamento imunosupressor prescrito na medicina clássica para evitar a rejeição após um transplante. Esta substância permite inibir a via de sinalização mTOR. Segundo alguns estudos, a toma de rapamicina, mesmo tardia, parece prolongar significativamente o tempo de vida dos mamíferos, com um aumento da esperança de vida compreendido entre 9 e 14%, respectivamente, para os machos e para as fêmeas.
¤ Outros estudos indicaram também as suas propriedades anti-diabetes (tipos 1 e 2) bem como os seus efeitos no declínio cognitivo ligado à idade, com um aumento da memória e das capacidades de aprendizagem e, sobretudo, uma redução de determinadas proteínas nos casos de doenças neurodegenerativas como a doença de Alzheimer.
¤ Aquando de ensaios pré-clínicos, produtos análogos da Rapamicina, ou “Rapalogs”, em especial os inibidores do complexo mTORC1, demonstraram uma eficácia real no combate a certos tipos de cancro.
¤ Os dados científicos recentes indicam que substâncias totalmente naturais podem, em concentrações exactas, inibir também elas o mTOR. São agrupadas no complexo Natural Rapalogs.
A curcumina
¤ Meriva® é uma fórmula patenteada de curcumina (extraída de Curcuma longa) associada a fosfolípidos de soja, que lhe conferem uma biodisponibilidade superior relativamente aos extractos normalizados clássicos de curcuma. Este principal constituinte da curcuma revelou ser um inibidor natural de mTOR e apresenta propriedades antitumorais numa variedade de linhagens de células cancerosas, modificando um determinado número de vias oncogénicas.
O extracto de chá verde normalizado a 70% de EGCG
¤ Determinados constituintes do chá verde (Camellia sinensis) confirmaram, em estudos, o seu papel inibitório no mTORC1 e mTORC2. Mais precisamente, num estudo levado a cabo na Pensilvânia, em Collegeville, pela firma GlaxoSmithKline, o EGCg (galato de epigalocatequina-3) comportou-se como um duplo inibidor: da via PI3K (fosfoinositida-3-quinase) e da via de sinalização mTOR.
O resveratrol
¤ Alguns relatórios concluíram que o transresveratrol, um constituinte polifenólico mimético da restrição calórica, inibe a via de sinalização mTOR. Segundo alguns estudos, esta via é activada pelas lipoproteínas do colesterol LDL oxidadas nas células dos músculos involuntários. Contudo, o resveratrol consegue bloquear a fosforilação e a activação das vias PI3K e mTOR. Esta actividade é independente do efeito antioxidante e da activação da AMPK pelo resveratrol. Deste modo evidencia-se claramente uma nova propriedade do resveratrol que poderia contribuir para as capacidades antiaterogénicas gerais deste polifenol. Um outro artigo assinalou que o resveratrol inibe o mTOR e a senescência celular com doses relativamente elevadas, contribuindo para a apoptose celular.
A fisetina
¤ Este flavonóide, extraído do arbusto Rhus succedanea, envia um sinal de "activação" às células portadoras de um gene anti-envelhecimento, garantindo a protecção do ADN e dos neurónios, em particular aquando de períodos de stress oxidativo.
¤ A fisetina possui também uma acção estabilizadora do resveratrol, evitando a sua destruição metabólica, o que permite apoiá-lo na sua função inibidora da via de sinalização mTOR. Por outro lado, a fisetina provou, em determinados estudos, a sua actividade anti-tumoral e antiangiogénica.
A salicilina extraída do salgueiro-branco
¤ Este constituinte muito activo, extraído do salgueiro-branco (Salix alba), deu origem ao isolamento da molécula de ácido acetilsalicílico (aspirina®) pelo químico Felix Hoffman. Demonstrou-se que tomar uma aspirina infantil (81 mg) por dia reduz em 25%, no mínimo, o risco de contrair um cancro. A salicilina possui todas as actividades da aspirina®, inclusive a de inibidor mTOR. A sua acção, apesar de menos rápida, é pelo contrário nitidamente menos irritante e de uma eficácia mais prolongada.