Os problemas do sistema urinário afetam toda a gente em qualquer idade. Desde o desconforto ao urinar até à cistite, passando pelas patologias da próstata, as consequências de uma má saúde urinária podem ser muito graves e ir até à insuficiência renal.
Plantas com efeitos reconhecidos cientificamente podem ajudá-lo(a) a prevenir e a limitar as complicações ligadas às várias patologias em causa.
A airela, muitas vezes encontrada com o seu nome inglês “cranberry”, é particularmente aconselhada às pessoas que sofrem de infeções urinárias frequentes. A infeção urinária é uma afeção dolorosa, causada por bactérias provenientes do exterior, que conseguem colonizar a esfera urinária. Pode afetar as várias partes desta esfera: rins, bexiga e canais (uréteres, entre os rins e a bexiga, e uretra, entre a bexiga e o exterior). As mulheres estão particularmente sujeitas a infeções urinárias, nomeadamente dado que a uretra é mais curta do que a dos homens e as bactérias têm, assim, um caminho mais curto a percorrer para colonizar a zona.
O sumo de airela (cranberry) é estudado há muitos anos pelas suas propriedades benéficas quando se trata de lutar contra as infeções urinárias (1). De entre as moléculas benfeitoras da airela, as proantocianidinas são polifenóis antioxidantes que impedem que as bactérias se fixem nas paredes dos canais urinários. São assistidos para tal por polissacáridos muito específicos – os arabinoxiloglucanos (2). Os compostos ativos da airela são também reputados pela capacidade que têm de reduzir o risco de recidiva quando já se sofreu de uma ou várias cistites.
Na prática: 250 a 500 mililitros de sumo de cranberry por dia ou uma dosagem equivalente na forma de cápsulas (a referência é Cran-Max®) devem ser suficientes para prevenir a recidiva de infeção urinária. Por outro lado, a airela tem a vantagem de não apresentar contraindicações para as grávidas ou mulheres a amamentar.
O epilóbio, uma planta herbácea com pequenas flores rosa, é (por seu lado) mais recomendado para os homens, nomeadamente os que sofrem de hipertrofia benigna da próstata. Esta afeção, muito frequente nos homens com mais de sessenta anos, caracteriza-se por um aumento do tamanho da próstata, devido a uma proliferação celular anormal, mas não de origem oncológica. O volume demasiado grande da próstata complica a evacuação da urina e provoca uma vontade muito frequente de urinar, bem como problemas de débito e dores ao urinar.
Como atua o epilóbio? Contém enoteínas: estes polifenóis inibem duas das enzimas responsáveis pela proliferação das células da próstata (3). O epilóbio facilita, portanto o “desinchar” da próstata. Por outro lado, apresenta também efeitos anti-inflamatórios, que permitem agir na prostatite, uma patologia que pode agravar a hipertrofia benigna da próstata (4).
Na prática: o epilóbio consome-se na forma de tisana das partes aéreas da planta, conseguida por infusão de dez minutos, uma a duas vezes por dia.
O orthosiphon, também conhecido por chá de java, é uma planta consumida nas medicinas tradicionais indiana e indonésia. É conhecida pelas suas propriedades diuréticas: dinamiza o funcionamento dos rins e permite estimular o volume da urina. Uma função que permite eliminar mais rapidamente as bactérias que causam as infeções urinárias, por exemplo. A ação diurética do orthosiphon permite também limitar a formação dos cálculos renais quando se tem propensão para tal (5).
Na prática: o chá de java consome-se na forma seca, em infusão, ou em cápsulas. Atenção: em caso de patologia renal conhecida ou em caso de retenção de líquidos o orthosiphon não é recomendado, tal como não é recomendado para menores de dezoito anos. Aconselhe-se com o seu farmacêutico para uma toma de orthosiphon com intuito terapêutico.
Este arbusto é também conhecido como uva-de-urso, e é reconhecido pelas suas pequenas bagas vermelhas. Nesta planta o que nos interessa é o arbutósido; trata-se de um açúcar que – uma vez transformado pelas bactérias do intestino – se transforma em hidroquinona. Esta tem fortes propriedades antibacterianas ao nível urinário, lutando diretamente contra quatro agentes patogénicos envolvidos na cistite e constitui uma pista interessante em alternativa à antibioterapia, com controlo médico (6).
Na prática: as folhas de uva-ursi podem ser consumidas em infusão (três a quatro chávenas por dia); encontramo-la também em complementos alimentares, na forma de cápsulas ou ampolas. Atenção: a hidroquinona é tóxica a longo prazo; convém não a utilizar por períodos superiores a algumas semanas. As grávidas, mulheres a amamentar e crianças com menos de doze anos não devem consumir uva-ursi, nem sequer por pouco tempo.
Este óleo vegetal é particularmente recomendado para o conforto urinário de todos. Para os homens, combate a hipertrofia benigna da próstata e respetivas características, a proliferação celular e a inflamação e melhora os sintomas durante a micção (7). Para todos e todas, apresenta efeitos antibacterianos contra estirpes ativas na esfera urinária. Ajuda também a controlar a bexiga hiperativa: a necessidade de urinar com muita frequência e repentinamente, inclusive durante a noite (8). Por último, o óleo de sementes de abóbora tem efeitos diuréticos, que aumentam o volume de urina e limitam as possibilidades de estagnação das bactérias nesta zona (9).
Na prática: o óleo de sementes de abóbora deve ser consumido cru e é bem tolerado pelo organismo. Encontramo-lo em garrafa para adicionar diariamente na alimentação, mas pode também ser encontrado na forma de complementos alimentares: Pumpkin Seed Oil 500 mg, enriquecido em vitamina E.
Uma higiene correta, uma hidratação suficiente e a fitoterapia podem ajudar a prevenir os incómodos das patologias urinárias. Contudo, se os problemas persistirem ou se tiver a mínima dúvida sobre a gravidade dos seus sintomas ou sobre o tratamento a seguir, não hesite em consultar o seu médico.
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